Monday, July 13, 2009

As campanhas da obscenidade


Depois de ler um jornal de Braga, de hoje, não podemos estar mais de acordo com o presidente do CDS, Paulo Portas, ao prometer ontem que o seu partido fará uma campanha eleitoral em que vai reduzir os gastos ao essencial.

Esperamos agora que o cumpra, e não temos de esperar muito para ver se não passa de mais uma promessa de político, ou seja, para não levar a sério e por isso contribuir para o descrédito ainda maior da classe a que ele pertence.

De facto, o país não está para desperdícios, nem quer publicidade, como toda a gente reconhece através dos orçamentos familiares da esmagadora maioria dos portugueses.

Os portugueses estão fartos de retratos retocados de pessoas que tem vergonha de aparecer tais quais são. Uns parecem mais novos, outros querem parecer mais velhos, quando deviam inquietar-se com uma presença intensa junto dos eleitores.

O mesmo princípio se deve aplicar, por força de maior, atendendo ao que se vive no Minho, às campanhas eleitorais paras as autarquias.

No entanto, os primeiros sinais que temos em Braga e arredores, como Vila Verde, constituem já uma afronta aos eleitores destes concelhos.

Não há rotunda de Braga onde não esteja plantado um caríssimo painel e, em Vila Verde, o edifício que é de todos transformou-se em cenário do lançamento esplendoroso de uma candidatura que devia ser rasgada do mapa eleitoral, só por este gesto que traduz de confusão entre o que é municipal (de todos) e o partido (de uns tantos).

Todos estão a tempo de travar estes excessos, se é que estão minimamente interessados na credibilização da acção política.

Menos cartazes e mais contacto com as populações, olhos nos olhos, menos girândolas de promessas e mais capacidade de ouvir devem ser a matriz dos candidatos autárquicos do futuro.

Só assim colocam as pessoas em primeiro lugar, levantando, de uma vez por todas, esse arraial obsceno da ostentação, do obreirismo opaco e das promessas que passam a ser pesadelos, desilusão e favorecimento de quem já ganhou muito.

É tempo de trabalhar mais, contactar mais, ouvir mais e gastar mais tempo e dedicação pessoal aos projectos em que dizemos acreditar.

O cartaz, além de impessoal e frio, esconde outras incapacidades de ideias e projectos concretos para as pessoas que não circulam nas rotundas ou praças municipais.

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