Friday, May 29, 2009

Canto d'Aqui: bodas de prata oferecem ouro no Teatro Circo



O Teatro Circo enche-se esta noite para aplaudir — e aclamar — os vinte e cinco anos de canções do grupo de música popular tradicional "Canto d'Aqui", que oferece aos bracarenses um espectáculo memorável, com algumas melodias reforçadas pelo Ensemble da orquestra do Distrito de Braga e as vozes afinadas do Coro da Associação de Pais da Escola Calouste Gulbenkian. É o que se pode classificar como um espectáculo de ouro para umas bodas de prata, perpetuado na gravação de um DVD — revelou ao Correio do Minho, Jaime Torres um dos três fundadores.

O ingresso custa dez euros e o espectáculo — com noventa minutos, a começar às 21,45 horas — é apresentado por Camilo Silva, um "compagnon de route" da cultura tradicional e do teatro amador bracarenses.

É uma festa que consagra a dedicação de um punhado de bracarenses pela música do povo, sobrevivendo ainda, entre os fundadores, Jaime Torres, Domingos Oliveira e Sameiro Dias. A estes uniram-se mais amantes da música mantendo hoje um grupo com uma dezena de elementos que fazem da música uma paixão nos tempos livres das suas profissões como professores, arquitectos, engenheiros e outras.

O espectáculo será preenchido em grande parte com oito das 17 canções do novo CD — que reproduz na capa o famoso e antiquíssimo mapa da cidade de Braga — mas acolhe cinco canções do CD anterior, "Cantigas d'Aqui", bem como dois temas da música popular mirandesa pelo grupo Galandum Galandaina.

A cereja de ouro a coroar o bolo das bodas de prata é a participação da orquestra de Câmara do Distrito de Braga — Ensemble — e do Coro da Associação de Pais da escola Calouste Gulbenkian, protagonizando a presença de oitenta elementos em palco para um momento que promete "arrepiar" os espectadores que aderiram em força a este espectáculo.

"QUEM OUVE COMPRA"

Quanto ao novo CD, o grupo Canto d'Aqui, aproveitou para re-gravar a canção popular da Póvoa de Lanhoso "Ana Mariana" e o tema do açoriano Luís Alberto Bettencourt "Chamateia", com a participação da Orquestra de Braga e o Coro da Associação de Pais da Escola Calouste Gulbekian, que conferem ás novas versões outra grandiosidade e expressividade, apesar de já serem duas versões fantásticas.

Para Jaime Torres, passados 25 anos, o grupo mantém-se fiel aos lemas da sua criação, como sejam a aposta na recolha, promoção e divulgação da música tradicional, embora o novo disco inclua três temas de autor, como já acontecia no CD "Cantigas d'Aqui", com a "Chamateia". Outro dos temas é "Boi do mar" sobre a luta dos baleeiros, um tema feito para a série "Xailes negros" que foi exibida há alguns anos pela RTP-Açores e RTP 1.

O terceiro tema de autor, acrescenta Jaime Torres, é uma oferta do etnógrafo e prof. José Machado, intitulada "O Minho" que se afigura como uma evocação do Minho e do vinho verde. As restantes composições deste novo CD "25 anos de cantigas" passam pelo Alentejo com a "Amora madura" entoada como os corais alentejanos, Minho, Trás-os-Montes, etc.

A qualidade do trabalho do "Canto d'Aqui" é assegurada por quem ouve. O problema está em chegar ao ouvido das pessoas pois quando "elas ouvem, compram o CD. O problema é fazê-lo ouvir" — alerta Jaime Torres, dando o exemplo de uma experiência feota no verão do ano passado e lamentando-se do facto de terem nascido em Braga e não em Lisboa, o que impede que as rádios nacionais e locais "passem" o disco.



Com o novo disco, o grupo Canto d'Aqui continua a "valorizar a beleza sonora da nossa música tradicional e a reabilitar a beleza das nossas tradições" — assegura Jaime Torres, confiante no sucesso das novas orquestrações de Filipe Cunha que constituem uma "mais-valia" dada a sua formação e dedicação ao ensino da música.

O grupo Canto d'Aqui possui em si mesmo uma riqueza que vem do talento de cada um dos dez elementos, desde o Luís Veloso, 'magister' da Tuna e fundador do grupo de Música Popular da Universidade do Minho e do Coro de Pais da Gulbenkian, até ao Miguel Oliveira que está a fazer furor como vocalista dos "Sinal" .

Depois, os arranjos estão entregues a quem sabe: o Filipe Cunha, dos Tramadix e Raízes do Minho, que é músico na Banda de Lanhelas e exímio instrumentista em Clarinete, bandolim, flauta transversal e adufe. A arquitecta Catarina Araújo, além da percussão, contribui com o seu talento para a confecção da capa do novo CD.

Do Coral Porta Nova vem o tocador de viola braguesa e cavaquinho, Carlos Moutinho. Os restantes são os fundadores deste grupo que, com o estímulo de Jaime Torres, continua a animar os nossos palcos, como acontece já no dia 7 de Junho, na FNAC do Braga Parque, 11 de Junho na festa de S. António na freguesia da Sé, e 22 de Junho, na Velha-a-Branca.

No final de Agosto, o Canto d'Aqui participa no Festival de Música Tradicional de Braga, na Avenida Central, para além de outros espectáculos já agendados, para além de um convite declinado para cantar em França, por indisponibilidade profissional e pessoal dos elementos do grupo.

Ao longo destes 25 anos, o Canto d'Aqui foi escola para outros grupos que apareceram a cantar muitos dos temas deste grupo de Braga que começou quando se realizou o II Encontro de Teatro Amador de Braga, em Gualtar, a partir do grupo de canto para teatro do Grupo Experimental de Teatro Amador (GETA), em 1978.

A aterragem da Companhia de Teatro Cena coincide com a agonia a desaparecimento do teatro de amadores em Braga, mas as solicitações ao grupo de canto continuaram, ao ponto de os seus elementos sentirem a necessidade da emancipação, com seis ou sete elementos.

O grupo consolida-se em 2003 com a edição do primeiro disco "Cantigas d'Aqui" merecedor de segunda edição porque nenhum tema começa ou acaba da mesma maneira, em que todos cantam e não é um disco monótono — diz Jaime Torres, explicando o seu sucesso.

Depois surge o ano 2005, "inesquecível" pela digressão ao ceará, no Brasil, a convite da Universidade Federal daquele Estado — na celebração dos seus 30 anos — surpreendendo tudo e todos com os sons e as melodias da música portuguesa num país onde muitos pensam que Portugal é fado e ranchos folclóricos. O grupo bracarense mostra-se ao Brasil através de programas televisivos como a TV Cabloca, TV Bom Dia Ceará e TV Globo e de um espectáculo no teatro José Alencar, com mais de cem anos.

São estes momentos que "nos permitem continuar a remar contra a maré" — reafirma Jaime Torres, explicando que o grupo de socorre das recolhas feitas por José Alberto Sardinha e Michel Giacometti bem como do Cancioneiro de Gonçalo Sampaio.

Canto d'Aqui
um a um...


Todos os elementos do "Canto d'Aqui" emprestam a sua voz nos espectáculos mas cada um dos dez elementos tem a sua especialidade em termos instrumentais. Deixamos de seguida as suas formações ou profissões e instrumentos que mais usam.

Carlos Moutinho — funcionário público, cavaquinho, viola braguesa;

Catarina Araújo — arquitecta, percussão;

Domingos Oliveira — professor de físico-química, bandolim;

Filipe Cunha — Professor de música (Licenciado em Relações Internacionais) clarinete, flauta transversal e adufe;

Jaime Torres — comerciante, viola;

José Manuel Ribeiro — Capataz, cavaquinho e viola braguesa;

Júlio Dias — funcionário público, concertina e acodeão e viola braguesa;

Luís Veloso — engenheiro civil, viola baixo;

Miguel Oliveira — professor de Português-Inglês voz e viola;

Sameiro Dias — professora primária, percussão.

Giovani Goulart — produtor.

Wednesday, May 20, 2009

Guimarães: um(a) capital a aproveitar por Braga



A cidade de Guimarães deve aproveitar a designação como Capital Europeia da Cultura'2012 para se renovar, a nível industrial, urbano e social, através de um programa "muito ousado" que conta com o apoio da União Europeia e pode beneficiar os concelhos vizinhos. Quando se dissiparam as fronteiras europeias, queiram os homens que a consagração de Guimarães como capital europeia da cultura destrua barreiras parolas que ainda existem à volta dos seus limites.

Guimarães apresentou uma candidatura ousada na área da revitalização do património arqueológico industrial e na área da inovação e do conhecimento através de três eixos que se complementam: — social, urbano e económico — que permitem à Cidade Berço prosseguir o trabalho de recuperação e reabilitação urbana, no centro da cidade, levar as pessoas a "ocupar de novo" esse centro, e tornar a cidade base de uma indústria muito tocada pelas indústrias criativas.

Estamos a falar de uma cidade que tem já muito trabalho de recuperação e de reabilitação patrimonial, nomeadamente em todo o centro antigo, que é apresentado como modelo a seguir por outras cidades com história.

O "eixo social" da renovação de Guimarães traduz essa vontade de que as pessoas sejam de novo entrosadas com a cidade, venham de novo ocupar esse centro, numa perspectiva de futuro, de superação de crise, de capacidade de renovação dos tecidos urbanos e industriais, e das pessoas cada vez mais cosmopolita — como destacou ontem o ministro da Cultura.

Guimarães tem 110 milhões de euros, num esforço comum da autarquia e do Governo, com recurso a fundos comunitários para se alindar e preparar para receber muitos espectáculos culturais.

Ora é aqui que Guimarães não deve ficar sozinha, como expoente de um bairrismo bacoco e ultrapassado para uma cidade que se pretende moderna e aberta à inovação. Mas sozinha, Guimarães não o pode desmantelar esta rivalidade parola que é alimentada por idênticos comportamentos dos vizinhos.

Algumas autarquias já perceberam que só têm a ganhar com uma estreita cooperação com Guimarães, como é o caso da Póvoa de Lanhoso.

Aguarda-se que outras autarquias vizinhas de Guimarães tenham a grandeza de saber aproveitar as potencialidades que uma Capital Europeia da Cultura proporciona.

Braga, por exemplo, pode somar ao seu valor e à sua capacidade instalada, a mais valia da proximidade e beneficiar muito — enriquecendo os seus munícipes — com a escolha de Guimarães como Capital Europeia da Cultura, desde que os seus responsáveis não se perpetuem nessa contemplação inócua e vazia do seu umbigo carcomido de ciúme.

Têxteis: a banca, o Governo e as empresas



São inquestionáveis a estabilidade e saúde do sistema financeiro num país e por isso o Governo, em nome dos interesses nacionais, procedeu a algumas intervenções, escudadas no Banco que contRola, para consolidar algumas instituições em apuros. Fez estas intervenções no pressuposto do sistema financeiro ser alavanca — como tem sido — do tecido produtivo nacional, dando apoio ás empresas que também estão em apuros.

Se o Governo fez o que lhe competia, de forma genérica, o sistema bancário não está a cumprir o que devia. Mais não está ao serviço do país numa atitude que pode vir a pagar mais caro e ter de ir ao beija-mão do Estado.

Os empresários — aqueles que aplicam o seu dinheiro, o seu talento e a sua capacidade de inovação — continuam sem a resposta que mereciam, depois do Governo ter dado ao sistema financeiro as condições de estabilidade.

Ora, a Norte e especialmente no Minho, essa queixa é todos os dias sublinhada sem que se vejam respostas concretas por parte das entidades bancárias. Mantêm-se os problemas ligados ao acesso ao crédito, aos seguros à exportação e à fiscalidade apontados — mais uma vez — pelos empresários do sector têxtil, em Guimarães, numa reunião com o grupo de trabalho para o sector da Assembleia da República.

A deputada socialista Teresa Venda, que coordena o grupo da Comissão de Economia, disse que o relatório, a elaborar dentro de dias, irá reflectir as preocupações dos empresários, em especial o da dificuldade de acesso a garantias de crédito à exportação.

Os problemas de acesso ao crédito bancário prendem-se essencialmente com a política bancária e com o risco associado ao sector têxtil, assinalando e se, nesta área o Governo tem actuado através de medidas de garantia para as pequenas e médias empresas, falta a complementaridade da Banca portuguesa que não pode singrar divorciada da economia nacional.

O Governo pode, nesta fase difícil das nossas empresas, alterar ou suspender o pagamento especial por conta e deve cumprir aquilo que anunciou em Fevereiro e ainda não o fez: garantir 60 por cento dos créditos à exportação. Talvez seja este o pequeno sinal do Governo que falta às instituições bancárias

Num tempo em que todas as ajudas são bem vindas, o pagamento do IVA apenas quando a factura for recebida é outra das medidas que o Governo devia implementar de modo a dar algum alívio ás tesourarias das empresas.

Evitar mais falências e desemprego deve ser uma prioridade real — não apenas apregoada — do Governo que pode fazer mais alguma coisa e se não fazer mais nada, basta que realize o que prometeu. Só assim terá autoridade moral e legitimidade para obrigar a banca a cumprir as suas obrigações para com os empresários e a economia nacional, para bem da saúde do sistema financeiro.

Sem empresas não se criam postos de trabalho e não há riqueza produzida pelo trabalho, traduzida em salários que permitem estancar a queda do consumo que constitui um dos pilares de uma economia tão frágil como a nossa.

Se continuarmos a olhar todos uns para os outros, para ver quem dá o primeiro passo, sem fazer nada, estamos todos a caminhar e a contribuir para o precipício do vazio: Governo, banca, empresas e o país,

Viana: o Estado não merece estas pessoas

Um paraplégico vianense prometeu ir de cadeira de rodas até Bruxelas, numa viagem de 2300 quilómetros, para protestar contra a decisão da Segurança Social de lhe retirar o complemento por dependência.
É um exemplo perfeito da lei que foi feita para tudo, menos para servir as pessoas. E quando assim é, esta lei é apenas letra morta e mata.

Alguém neste país pode achar justo obrigar um deficiente, com 80 por cento de incapacidade, a sobreviver com 180 euros por mês, por querer escrever e vender livros?

Este vianense ficou paraplégico em 1997, num acidente de trabalho e penou durante dez anos para receber uma pensão de 180 euros, mais tarde seria acrescida de um complemento por dependência, de 97 euros.

Como esta miserável pensão não permite pagar as despesas mensais, em 2006 começou a escrever e editar os seus livros numa gráfica que ele mesmo criou. Para cumprir a lei, inscreve-se nas Finanças como editor para poder passar recibos verdes.
Com toda a atenção e rapidez que se lhe conhece, excepto quando se atrasa a pagar o que deve invocando uma qualquer avaria no sistema informático, a Segurança Social, mal 'descobriu' que estava a trabalhar, tirou os 97 euros.

Como achou que ficava rico, agora a Segurança Social retira-lhe, a partir de Junho, o complemento por dependência.
Legalmente, nada a fazer — justifica-se o director da Segurança Social vianense.

Dirão que a culpa é da burocracia que gera leis cegas e impessoais. Mentira pura, a culpa é desta povo portugês que mantem um estado que olha para as pessoas como um simples número.

Konrad Adenauer, o pai da Alemanha moderna dizia algumas vezes que, na política, o importante não é ter razão, mas dar a razão a alguém.

Este vianense não quer ter razão, mas sim que o Estado entenda a sua situação concreta e lhe dê razão, quanto mais não seja por ser um cidadão de boa fé e cumpridor.

Franceses em Braga há 200 anos (12)


Fugindo para Espanha, acompanhamos a marcha, entre a Póvoa de Lanhoso até Salamonde (Vieira do Minho), com Loison a comandar a vanguarda e Soult na rectaguarda, preparado para enfrentar Wellesley, que estava em Braga, vindo do Porto.

Desde o vale do rio Ave as populações, conduzidas pelos clérigos e elementos preponderantes das localidades, atacavam sem descanso a tropa francesa, a quem o mau tempo e os péssimos caminhos dificultavam a marcha tornando-a numa autêntica via-sacra para os gauleses.

A marcha prosseguia, em condições duríssimas, na noite de 14 de Maio foi atingido o vale do Cávado a norte de Póvoa de Lanhoso.

Como descreve o general Carlos Azeredo, na obra citada na crónica anterior, o ambiente nas hostes francesas, desde a ribeira do Lanhoso até abaixo de São João de Rei, "era a fome generalizada, os pés descalços e em ferida dos seus homens, os uniformes rotos e sujos, uma chuva inclemente e um inimigo a morder-lhe nos calcanhares". Aqui chegado, Soult tenta uma saída pelo Alto Minho, mas as tropas inglesas já estavam em Braga, a tapar-lhe o caminho, menos sinuoso que as montanhas do Barroso.

Só restava ao Duque da Dalmácia lançar-se na direcção de Salamonde através das íngremes vertentes da Serra da Cabreira sobre o rio Cavado.

Silveira parte para Ruivães no dia 15 de Maio, para cortar a passagem aos franceses para Chaves. Soult atinge ao fim do dia a região de São João de Rei, junto ao Cávado, sobre a estrada para Salamonde reforçando o seu avanço. Beresford teve a possibilidade de ter cortado em Salamonde a passagem se em vez de se ter limitado a enviar com uma pequena escolta dois Oficiais, desde Cavez (Cabeceiras de Basto) tivesse avançado uma companhia que fosse, capaz de guardar qualquer das difíceis passagens por onde Soult tinha de se aventurar, orientando a defesa das pontes do Saltadouro, de Rês e da Misarela, a fim de demorar ali os franceses até que o grosso das suas forças e as de Wellesley pudessem cair-lhe em cima.

Quem acabou por impor a Soult um novo itinerário e barrar a progressão do II Corpo para Chaves foi o General Silveira, posicionado em Ruivães sobre a estrada para Chaves. O diário de Soult — citado por Carlos Azeredo — explica a opção por Montalegre: «eu não podia, também, retomar a direcção de Chaves, o caminho pelo qual tínhamos vindo aquando da minha entrada em Portugal. Na sequência do abandono de Amarante, Silveira pôde marchar para o norte tão rapidamente como os ingleses. Ele tinha ultrapassado Chaves e cortado a ponte de Ruivães, sobre a qual passa a estrada de Braga.
O General português, instalado à rectaguarda dessa ponte, ocupava uma posição impossível de forçar».
No dia 15 de madrugada, Soult e as suas tropas deixam S. João de Rei, depois de pilharem e incendiarem vários povoados chegando a Salamonde ao fim do dia.

Salamonde estava deserta, porque os habitantes preferiram o gelo da Serra da Cabreira às atrocidades dos soldados franceses.
Soult acantonou tropas na Igreja e nas casas que após o normal saque, foram incendiadas.

Naquele tempo, a estrada, a partir de Salamonde, bifurcava-se, seguindo a via da direita para Ruivães, Venda Nova e Boticas, até Chaves, bem conhecida mas tapada pelas tropas do General Silveira. A "estrada" da esquerda, era uma autêntica vereda áspera que descia de Salamonde, em zig-zagues, a íngreme vertente do Cavado e depois a do rio de Ruivães, até à Ponte do Saltadouro; seguia depois junto à margem esquerda do Cávado para passar a impressionante e tormentosa Ponte da Misarela, insubstituível na chegada a Paradela e Montalegre, já na fronteira.

Soult preparava os seus milhares de homens para uma fuga heróica, digna de um filme épico, com todos os ingredientes — temos de reconhecer, a avaliar pela descrição que o marechal francês faz, pormenorizadamente.

Os dias 16 e 17 de Maio foram vividos intensa e tragicamente por milhares de homens sob o comando de Soult. Veja-se a descrição de um combatente francês: «Tinha-se à rectaguarda um excelente regimento de infantaria ligeira (o 4.º de Infantaria Ligeira, um dos melhores do Exército Francês, segundo Oman), o qual, dada a natureza do terreno, poderia facilmente conter um exército inteiro: pois bem, à vista do inimigo debandou sem que o pudessem convencer a ficar.

A confusão que resultou deste pânico estarrecido foi espantosa. Infantes e cavaleiros precipitavam-se uns sobre os outros, atiravam fora as suas armas e lutavam para conseguir correr mais depressa.

A ponte estreita e sem parapeitos não podia satisfazer a impaciência dos fugitivos, que se empurravam de tal modo que um grande número de homens foram precipitados e afogados na torrente, ou esmagados sob as patas dos cavalos.

Se os Ingleses estivessem em estado de aproveitar este terror, não sei em verdade o que nos teria acontecido, de tal modo o medo é contagioso mesmo entre os mais bravos soldados
»

Mas a sombra misericordiosa da noite veio pôr fim a este verdadeiro holocausto, e as restantes tropas do II Corpo puderam, mais acalmadas, continuar durante toda a noite a passar a fatídica Ponte da Misarela; Silveira e Wellesley suspenderam as operações de perseguição e ataque retaguarda de Soult.

Quando na manhã seguinte os perseguidores de Soult se aproximaram da Misarela, encontraram um espectáculo que lhes deu a dimensão do terror e da tragédia por que tinham passado os franceses:
"Homens e cavalos, animais decepados e bagagens, tinham sido despenhados no rio e juncavam literalmente o seu curso.
Aqui, nesta fatal companhia de morte e angústia, foi vomitado o resto do saque do Porto.
Toda a espécie de bens e de valores foram abandonados na estrada, enquanto mais de 300 cavalos boiavam na água e mulas ainda carregadas com bagagens foram içadas pelos granadeiros e pelas companhias ligeiras Guarda
" (cf. AZEREDO, CARLOS, in “As populações a norte do Douro e os Franceses em 1808 e 1809”, Porto, 1984, ed. Museu Militar).
A última tropa de Soult a passar a Ponte da Misarela e a deixar aquele cenário de morte e horror, foi a brigada Reynaud da divisão Merle, entre as dez e a meia-noite de 16 para 17 de Maio; o Marechal Soult atingira Paradela, onde estabelecera o seu quartel-general e dois dias depois entrava na Galiza.

Os preparativos e a passagem da ponte de Misarela são uma história tão trágica quanto épica, só à altura de um grande militar — Soult — e de um grande povo — os portugueses. Fez ontem, 200 anos, já não havia franceses no Minho.

Franceses em Braga há 200 anos (11)



Por estes dias, há 200 anos, os ingleses organizavam a expulsão dos franceses do Norte de Portugal, sob o comando de Wellesley, a partir de 27 de Abril, com cerca de trinta mil homens, incluindo cerca de cinco mil cavaleiros e trinta bocas de fogo, numa altura em que o groso do exército estava perto de Tomar para impedir a entrada de Soult em Lisboa.

A 5 de Maio, os comandantes ingleses tinham treze mil soldados concentrados em Coimbra, preparando-se para marchar em direcção ao Norte, mais três mil alemães ao serviço dos ingleses, bem como seis mil portugueses e umas trinta peças de fogo. Estava em marcha uma acção de torneamento, por Viseu, Lamego e Régua, de modo a evitar a retirada dos franceses por Trás-os.Montes, onde pontificava o Brigadeiro Silveira, que conhecia como poucos aquelas terras.

É nestes dias que chega a notícia da perda de Amarante e os franceses podiam atravessar do rio Douro, em Entre-os-Rios. Beresford parte de imediato para a Régua e Wellesley para o Porto e no dia 10 acontece o combate de Albergaria, em que os franceses são repelidos, seguindo-se o combate de Grijó, no dia 11, onde os franceses são novamente derrotados, tendo recuado no dia seguinte para a margem Norte do rio Douro. Os franceses atravessam a Ponte das Barcas, que destruíram em seguida com uma explosão que aterrorizou os portuenses. A profundidade do Douro era uma barreira à entrada dos ingleses no Porto, desde a foz até ao desaguar do Tâmega.

Wellesley observa o rio Douro entre a foz e Avintes e verifica que os pontos e vigilância dos franceses eram afastados e frágeis, escolhendo o melhor espaço para o desembarque, mas só havia um barco estacionado na margem sul... Uma operação arriscada de um oficial inglês com ajuda de nativos traduz-se na travessia do rio para levar mais quatro barcos estacionados na margem Norte. Quando os franceses se aperceberam que os ingleses tinham atravessado o rio já era tarde e a tomada da cidade do Porto consumou-se e Soult dá ordem para abandonar a cidade e seguir em direcção a Amarante.

Só depois de reparada a Ponte das Barcas, operação que fez os ingleses perder um dia precioso mas os franceses não estavam em melhores condições: para sul do Douro era impossível sair, para norte a cadeia montanhosa que separa as bacias do Douro e do Ave, sem caminhos acessíveis às viaturas, e a Leste estavam as tropas de Beresford (entradas pela Régua) e de Silveira (a controlar toda a região de Trás-os-Montes.

A Soult restavam duas hipóteses de fuga, a partir de Amarante: ou rompia por Vila Real e Chaves e tinha de enfrentar os homens de Silveira; ou seguia para Guimarães, Braga e Chaves. As outras duas saídas eram impossíveis, pois tinha Wellesley no Porto e não havia estradas para passar a artilharia e viaturas entre Douro e Ave.

Militar de eleição, Soult manda reunir as viaturas e artilharia e manda-as destruir junto à ponte do rio Sousa, com uma enorme explosão. Era um sacrifício doloroso para um militar mas era a única possibilidade de salvar o máximo dos seus homens que reuniu em Pombeiro, entre Guimarães e Felgueiras. Na noite de 13 para 14 de Maio, tudo o que restava do exército de Soult estava em Guimarães.

Beresford ignorava qual a opção de Soult mas decide barrar-lhe o caminho entre Montalegre e Chaves, através dos homens do General Silveira que conhecia melhor o terreno, enquanto Beresford ocupava Chaves. Soult calculava — e bem — que Wellesley ocupava as estradas Porto-Barcelos-Braga e chegaria a Braga primeiro que ele. Sem capacidade para nova batalha — depois da explosão provocada no rio Sousa — Soult abandona a hipótese de vir de Guimarães para Braga e segue directamente para a Póvoa de Lanhoso, preparando-se para sair no sentido inverso ao que seguira na entrada em Portugal.

Neste dia 14 de Maio, as tropas portuguesas e inglesas estavam em Cavês — entre o rio Ave e o Tâmega. É quando Soult protagoniza um golpe de teatro para incutir moral nas suas tropas, entre as Taipas e a Póvoa de Lanhoso, Soult reúne todos os seus vinte mil homens numa zona de terreno em outeiro, dando-lhes a todos a impressão que estavam ainda vivos os 35 mil soldados e cinco mil cavalos que tinham entrado em Portugal.

Soult entrega a dianteira do exército ao espanhol Loison e ele seguia na rectaguarda para enfrentar eventual ataque de Wellesley, entre Lanhoso e Salamonde. É que no dia 15 de Maio, todo o exército anglo-português estava em Braga mas apenas um pequeno destacamento foi no encalço de Soult.

Os franceses não esperavam o que lhes ia acontecer nesta passagem entre a Póvoa de Lanhoso e Ruivães (Vieira do Minho), como descreveremos na próxima crónica.

Saturday, May 2, 2009

Franceses em Braga há 200 anos (10)



Por estes dias, há 200 anos, os ingleses organizavam a expulsão dos franceses do Norte de Portugal, sob o comando de Wellesley, a partir de 27 de Abril, com cerca de trinta mil homens, incluindo cerca de cinco mil cavaleiros e trinta bocas de fogo, numa altura em que o groso do exército estava perto de Tomar para impedir a entrada de Soult em Lisboa.

A 5 de Maio, os comandantes ingleses tinham treze mil soldados concentrados em Coimbra, preparando-se para marchar em direcção ao Norte, mais três mil alemães ao serviço dos ingleses, bem como seis mil portugueses e umas trinta peças de fogo. Estava em marcha uma acção de torneamento, por Viseu, Lamego e Régua, de modo a evitar a retirada dos franceses por Trás-os.Montes, onde pontificava o Brigadeiro Silveira, que conhecia como poucos aquelas terras.

É nestes dias que chega a notícia da perda de Amarante e os franceses podiam atravessar do rio Douro, em Entre-os-Rios. Beresford parte de imediato para a Régua e Wellesley para o Porto e no dia 10 acontece o combate de Albergaria, em que os franceses são repelidos, seguindo-se o combate de Grijó, no dia 11, onde os franceses são novamente derrotados, tendo recuado no dia seguinte para a margem Norte do rio Douro. Os franceses atravessam a Ponte das Barcas, que destruíram em seguida com uma explosão que aterrorizou os portuenses. A profundidade do Douro era uma barreira à entrada dos ingleses no Porto, desde a foz até ao desaguar do Tâmega.

(Foto extraída de "Nova História Militar Portuguesa"), ed. Círculo de Leitores, Lisboa.

Wellesley observa o rio Douro entre a foz e Avintes e verifica que os pontos e vigilância dos franceses eram afastados e frágeis, escolhendo o melhor espaço para o desembarque, mas só havia um barco estacionado na margem sul... Uma operação arriscada de um oficial inglês com ajuda de nativos traduz-se na travessia do rio para levar mais quatro barcos estacionados na margem Norte.

Quando os franceses se aperceberam que os ingleses tinham atravessado o rio já era tarde e a tomada da cidade do Porto consumou-se e Soult dá ordem para abandonar a cidade e seguir em direcção a Amarante.

Só depois de reparada a Ponte das Barcas, operação que fez os ingleses perder um dia precioso mas os franceses não estavam em melhores condições: para sul do Douro era impossível sair, para norte a cadeia montanhosa que separa as bacias do Douro e do Ave, sem caminhos acessíveis às viaturas, e a Leste estavam as tropas de Beresford (entradas pela Régua) e de Silveira (a controlar toda a região de Trás-os-Montes.

A Soult restavam duas hipóteses de fuga, a partir de Amarante: ou rompia por Vila Real e Chaves e tinha de enfrentar os homens de Silveira; ou seguia para Guimarães, Braga e Chaves. As outras duas saídas eram impossíveis, pois tinha Wellesley no Porto e não havia estradas para passar a artilharia e viaturas entre Douro e Ave.

Militar de eleição, Soult manda reunir as viaturas e artilharia e manda-as destruir junto à ponte do rio Sousa, com uma enorme explosão. Era um sacrifício doloroso para um militar mas era a única possibilidade de salvar o máximo dos seus homens que reuniu em Pombeiro, entre Guimarães e Felgueiras. Na noite de 13 para 14 de Maio, tudo o que restava do exército de Soult estava em Guimarães.

Beresford ignorava qual a opção de Soult mas decide barrar-lhe o caminho entre Montalegre e Chaves, através dos homens do General Silveira que conhecia melhor o terreno, enquanto Beresford ocupava Chaves. Soult calculava — e bem — que Wellesley ocupava as estradas Porto-Barcelos-Braga e chegaria a Braga primeiro que ele.

Sem capacidade para nova batalha — depois da explosão provocada no rio Sousa — Soult abandona a hipótese de vir de Guimarães para Braga e segue directamente para a Póvoa de Lanhoso, preparando-se para sair no sentido inverso ao que seguira na entrada em Portugal.

Neste dia 14 de Maio, as tropas portuguesas e inglesas estavam em Cavês — entre o rio Ave e o Tâmega. É quando Soult protagoniza um golpe de teatro para incutir moral nas suas tropas, entre as Taipas e a Póvoa de Lanhoso, Soult reúne todos os seus vinte mil homens numa zona de terreno em outeiro, dando-lhes a todos a impressão que estavam ainda vivos os 35 mil soldados e cinco mil cavalos que tinham entrado em Portugal.

Soult entrega a dianteira do exército ao espanhol Loison e ele seguia na rectaguarda para enfrentar eventual ataque de Wellesley, entre Lanhoso e Salamonde. É que no dia 15 de Maio, todo o exército anglo-português estava em Braga mas apenas um pequeno destacamento foi no encalço de Soult.

Os franceses não esperavam o que lhes ia acontecer nesta passagem entre a Póvoa de Lanhoso e Ruivães (Vieira do Minho), como descreveremos futuramente.

Braga: aproveitou-se um dos que elegemos




Na véspera de mais um Dia do Trabalhador, num país com menos trabalho, os partidos políticos portugueses acabam de dar mais uma prova de total falta de decoro e desrespeito perante a situação de aperto em que vive a maioria dos portugueses. É uma lei rápida, unânime e votada à porta fechada na especialidade e só um deputado sentiu vergonha em participar nesta aventura porque, quando se trata de dinheiro, é tudo igual, da direita à esquerda. A excepção — com um voto contra — é um deputado eleito pelos bracarenses. António José Seguro, ao qual se junto, com uma abstenção, Matilde Sousa Franco.

Que vão dizer da nova lei de financiamento dos partidos os cerca de dois milhões de portugueses que vivem no limiar da pobreza ou como olharão para os partidos políticos os cerca de meio milhão de portugueses desempregados.
Não quero imaginar os seus comentários, porque muitos deles devem ser intranscritíveis.

É que a nova lei do financiamento partidário, agora aprovada na especialidade, alargou para o dobro os valores que os partidos políticos podem receber em iniciativas de angariação de fundos, contrariando o apelo do Presidente da República no dia 25 de Abril para gastos discretos nas campanhas eleitorais que não insultem a inteligência dos portugueses nos tempos de crise financeira e económica que se abateu sobre a imensa maioria.

Esperavam os portugueses que os partidos ouvissem o apelo do mais alto magistrado da Nação, mas como somos um bando de tontos por ainda acreditar que isso é possível quando os partidos discutem o dinheiro que entra nos seus cofres, para além daquele que sai do orçamento do estado.

A nova lei não apenas alarga como duplica os valores que os partidos podem receber em angariações de fundos. Feitas as contas, a valores de 2008, o limite legal passou de 639 mil euros por ano para o dobro - 1.280.000 euros. O PCP não ficou contente porque queria 1,8 milhões de euros.

O que é ainda mais estranho é que este tenha sido o valor afastado do que o PCP tinha proposto. mais do dobro, face ao que estava estabelecido na lei de 2003, contra o qual se bateu o Partido Socialista ao considerar que o PCP ultrapassava o razoável. A proposta do PCP não tinha em conta os interesses do país mas a defesa da sua Festa do Avante e das suas quotas em dinheiro.

Outra das alterações aprovada é a possibilidade de considerar receita de campanha "donativos de pessoas singulares apoiantes das candidaturas", o que até agora só era permitido para as eleições presidenciais e de movimentos de cidadãos às autarquias locais.

Esta lei abre a porta a um maior financiamento privado e que reduz a uma montanha de hipocrisia todas as campanhas dos partidos políticos, sem excepção, infelizmente, de combate à corrupção que está umbilicalmente ligada ao financiamento dos partidos.

Se até agora as receitas de quotas ou de angariação de fundos só residualmente poderiam ser recebidas em dinheiro "vivo", esta situação vai mudar: o valor máximo de 22 500 euros permitido pela actual lei dá lugar a um número com foros de escândalo — nada menos que 1,257 milhões de euros.

Quando uma lei destas é votada à porta fechada, estamos esclarecidos sobre a transparência com que os dirigentes dos partidos enchem os discursos. Que sentido fazem todos os discursos contra o enriquecimento ilícito, contra a corrupção e contra o tráfico de influências? Nenhum para ninguém.

É de estranhar tanta rapidez e consenso... e os portugueses sempre se inquietam sobre o que fica das campanhas tradicionais. Pouco mais fica, além da contaminação com plásticos, papel, ruído, emissões, e acima de tudo contaminação de verborreia e bla-bla-blá que pouco esclarece e mais confunde.

Nos tempos que os portugueses vivem, quase todos os outros gastos são supérfluos, despropositados e um esbanjar inútil, estúpido e ofensivo de dinheiro que é preciso na saúde, na protecção do emprego e dos idosos, na educação ou, porque não, na limpeza do lixo das estradas para o qual as campamhas eleitorais muito contribuem.

Estranho unanimismo numa lei, quando alguns partidos gritam contra as maiorias absolutas mas comem e calam quando se trata de receberem mais dinheiro.

Agora, resta esperar que amanhã venham por aí abaixo — como já vieram — estes iluminados do Terreiro do Paço insultar os autóctones porque votam em autarcas de dignidade suspeita e de suspeita transparência. Cá estaremos para lhes abrir o crânio e avivar a memória de virgens prostituídas.

Futebol de sete: Meninos de Braga "grandes" na Galiza



“O Boladas” e a selecção de Braga, na classe de pré-benjamins (para meninos nascidos em 2001), em futebol de sete, dignificaram o Minho no Torneio de Santa Mariña, em Vigo, num torneio que envolveu treze equipas da Galiza, na sua maioria campeãs concelhias.

Esteve ao seu melhor nível a participação de Braga (com duas equipas) no V Torneio Galaico-Português de pré-Benjamins, (oito anos) em futebol de sete, realizado sexta-feira em Santa Mariña, Vigo, com a participação de 15 equipas. A Selecção de Braga foi vítima do seu erro — ao chegar atrasada — e ser penalizada com uma derrota 3-0 por falta de comparência no jogo com a equipa B do clube organizador.

O Boladas teve um excelente comportamento e só foi derrotado na final enquanto a selecção de Braga, com apenas dois treinos, chegou ao quinto lugar, ex-aequo com Moañeza, Nigrán e Ponte Ourense.

A pesar de serem apenas duas, as equipas de Braga, concentravam as atenções dos vários milhares de galegos que, ao longo do dia foram passando pelas bancadas do recinto de jogos da Union Desportiva Santa Mariña, cuja capacidade de organização esteve numa fasquia elevada. Nada falhou nem mesmo a aplicação de uma derrota na secretaria à Selecção de Braga por chegar atrasada ao primeiro jogo.

A selecção de Braga, orientada por Fernando Pires, não se intimidou e venceu os jogos todos da fase preliminar, classificando-se em primeiro lugar do grupo A.

Com jogos de 25 minutos, a Selecção de Braga, venceu a equipa de Ponte Ourense, depois derrotou a representação de Rapid de Aldán e apurou-se com um jogo muito difícil e emotivo com os meninos de Val Minor.



Por sua vez, a equipa de O Boladas, após perder primeiro jogo com S. Mariña A, entrou a “matar” com uma vitória folgada sobre o Lalin, mas sucumbiu diante do Crucero de Hio, reabilitando-se diante do Vigo 2015.

Realizados os jogos preliminares, a Selecção de Braga afirmava-se no primeiro lugar do grupo A, com o Ponte Ourense, ao passo que o Grupo B era dominado pelos campeões (Crucero de Hio, S. Mariña A e O Boladas). No grupo C, Moañeza, Nigrán e O Condado eram apurados para a fase final.

Nos quartos de final, a Selecção de Braga não conseguiu ultrapassar o estigma de estar a perder pela primeira vez no torneio. Os miúdos — que tinham falhado três oportunidades claras de golo na primeira parte — enervaram-se com o golo sofrido e não conseguiram anular a desvantagem, perdendo por 1-0 com a equipa da casa que já havia batido na fase preliminar O Boladas.

Por sua vez, O Boladas ultrapassou o Moañeza num exclente jogo e vingou, nas meias-finais, a derrota da fase preliminar afastando a equipa da casa por 2-0.

Os miúdos pagaram caro este esforço (seis jogos) na final diante da poderosa equipa do Crucero de Hio que fez três golos em cinco minutos.



RESULTADOS

Fase de Grupos

S. Mariña-Val Minor, 1-6
O Condado-Moañeza, 2-1
Crucero de Hio-Lalin, 7-0
S. Marina B-Braga, 3-0*
O Condade-O Grove, 1-1
Ponte Ourense-Braga, 0-1
Vigo 2015-Crucero Hio, 0-7
Ribeiro- O Grove, 2-3
S. Marina A-Crucero, 1-1
S. Marina A-Vigo 2015, 3-0
Rap. Aldan-P. Ourense, 1-3
Nigrán-Ribeiro, 6-0
S. Marina A- O Boladas, 2-1
Val Minor-Rap. Aldan, 2-2
Lalin-O Boladas, 0-6
Moañeza-Nigrán, 4-2
S. Marina B- R. Aldán, 0-8
O Condado-Nigrán, 0-2
Vale Minor.P. Ourense, 1-3
Moañeza-Ribeiro, 5-0
Crucero Hio-O Boladas, 1-0
S. Marina B-P. Ourense, 0-8
Condado-Ribeiro, 5-0
Vigo 2015-O Boladas, 0-7
Vigo 2015-Lalin, 0-4
Rap. Aldán-Braga, 1-2
Nigrán-O Grove, 2-0
Val Minor-Braga, 2-3
S. Marina A-Lalin, 7-0
Moañeza- O Grove, 5-0

QUARTOS DE FINAL

Braga-S. Marina A, 0-1
Moañeza-O Boladas, 3-4
P. Ourense-Condado, 1-3
Crucero Hio-Nigrán, 4-1

MEIAS FINAIS

Condado-Crucero Hio, 1-2
O Boladas- S. Marina A, 2-0

FINAL

Crucero de Hio, 4
O Boladas, 1