Friday, March 7, 2008

Tiege: máquinas de Braga na Europa, África e América


Fundador e administrador da empresa Tiege — Os Pioneiros da Electricidade, José Castro constitui um belo exemplo da persistência e inovação que marca muitos empresários bracarenses. Os equipamentos fabricados nesta empresa nascida à sombra da Sé dão via a muitas fábricas europeias, africanas e americanas.

Nascida de um sonho de estudante nos cursos técnicos de electrotecnia e ajudante de comércio da Escola Comercial e Industrial de Braga, a Tiège nasce em 1973, com seis trabalhadores.
O nome que traduz a inovação pioneira em Portugal na área das lacagens e obedece à preocupação de um nome simples para uma marca.

A Tiege tem duas componentes industriais, os trabalhos de electricidade para obras públicas e o fabrico de equipamentos para tratamentode superfícies, equipamentos esses que servem para tratar os metais para indústria automóvel, a serralharia, metalurgia, mobiliário, etc.

São equipamentos que exigem grandes conhecimentos nos domínios da electrotecnia, química, hidráulica, pneumática e mecânica.

“Houve sempre o cuidado de acompanhar a inovação” — assegura José Castro, convidado do programa “A empresa e o empresário” que a rádio Antena Minho emite, ás terças-feiras, às 19 horas, em 106 Mhz. É uma área com a concorência das multinancionais a que a Tiege tem respondido com a eficácia dos seus mais de oitenta trabalhadores.

Construindo as suas próprias máquinas, nas instalações de Marvilha em Sequeira, e as primtivas em Nogueira, a Tiège espandiu há 15 anos o seu mercado para a Europa, América e África, vendendo as suas máquinas para países como Tunísia, Espanha, Brasil, Angola, a empresa de Braga “projecta, executa, instala e ensina o cliente a funcionar com o equipamento e a retirar o melhor das máquinas”. O mesmo método é seguido por José Castro nas outras áreas da sua actividade.

A internacionalização começou com um prémio entregue à Tiege na Alemanha. “Na grande sala estava uma multidão de empresários de todos os cantos do mundo, demo-nos a conhecer e fomos procurados para além das nossas fronteiras. Tivemos logo contactos de França e Espanha. Temos um mercado muito antigo em Espanha onde temos isntalado muitas fábricas” — lembra o nosso interlocutor.

Por força do crescimento, a Tiege dividiu-se em três empresas, — uma de equipamentos de electricidade mais a Tiege Indústria SA (especializada na fabricação de equipamentos). A Tiege mãe ficou com as instalações na área da construção civil, como hospitais, hotéis, centros de dia, escolas, etc.

SEM MEDO DE ERRAR

“A inovação é uma necessidade mas sem conhecimento não há inovação. Saber o que se passa no estrangEiro, visitar feiras e ouvir as necessidades dos clientes: eis o segredo do sucesso, no entender de José Castro.

Há necessidade de criar um produto, acessível em termos de custo ao consumidor e responder ao pedido dos clientes. Tudo começa nas matérias primas escolhidas para construir uma máquina fiável. É por isso que “anda tenho clientes que começaram connosco no início da emprensa”.

José Castro tenm uma solução para o desemprego, o maior problema do país: sem ir pedir dinheiro à UE. “Nós, se queremos combater o desmeprego vamos começar a consumir produtos fabricados em Portugal. Aos técnicos projectistas (engenheiros e arquitectos) exige-se só que, nos seus projectos, incorporem o mais possível produtos e matérias primas nacionais. Ao incorporar produtos nacionais, contribuem para que as nossas fábricas produzam, vendam, se criem outras e não desapareçam, dando o seu lugar a empresas esrangeiras que levam a riqueza para for a enquanto nós ficamos com menos impostos, menos postos de trabalho. Ao comprar o que é nosso e produzir com o que temos é possível combater o desemprego. São duas medidas simples” — argumenta, dando um exemplo, de seguida.

Vamos pegar num aparatamento, de 150 mil euros: o que é incorporado de fabrico nacional pouco mais é que dez por cento. Tudo o mais vamos comprar do estrangeiro. O nosso dinheiro vai para lá e não entra nas nossas empresas. Louças sanitárias, torneiras, madeiras, móveis de cozinha,. Mobiliário de salas e quarstos, tintas, etc. Há um conjunto de consumíveis que podem ser nacionais, têm qualidade e podiam ser incorporados. Não se faz porque não está na moda gostar e gastar do que é nacional. A marca funciona muito junto dos técnicos engenheiros e arquitectos. Não comprando o que é nosso, geramos desemprego e mal-estar social”.

A persistência “é a nossa característica e temos obrigação de acreditar em nós, sem medo de errar. Só se consegue fazer alguma coisa, experimentando e errando” — prossegue ao lamentar a fraca adesão das empresas aos jovens licenciados.
Foi uma pena acabarem so cursos de formação profissional. “O conhecimento provoca inovação quer na tecnologia, quer nos materiais, nas ferramentas, melhora o seu aproveitamento e eficácia, além da segurança do trabalho, mas as pessoas aprendem muito melhor fazendo e errando.

Testar os conhecimentos, sem medo de errar, é o desafio feito aos jovens licenciados para virem para as empresas” — acentua José Castro.

Uma empresa é um lugar onde “todos — gestores e trabalhadores — passamos grande parte da nossa vida e é nosso dever proporcionar bom ambiente de trabalho, sem esquecer o objectivo de criar riqueza que deve ser reinvestida e o ser humano é o melhor capital da empresa, desde que trabalhem em equipa”.

Marchar contra individualismo

Um dos males dos empresários é muito individualismo que impede a parceria entre quem produz e quem vende. “Sem decsurar a minha empresa, dei muitos anos à AIMinho e à Associação Comercial de Braga, onde defendia que os empresários devem permutar experiências, dialogar mais com os outros para conhecer os seus produtos, fazendo com que a indústria nacional escoe os seus produtos”.

Por isso,, muitas vezes os empresários “são vítimas da sua política de abstecimento, ao comprar for a, não comprando ao empresário da mesma região ou do mesmo país”.
José Castro, natural de S. vicente, 65 anos, e percorreu o país todo na sua vida profissinal, depois de completar a Escola Comercial e Industrial.

Na tropa tirou a epsecialidade de radar que valorizou muito a sua profissão, e depois entrou para uma empresa de metalomecânica Pachancho — onde foi responsável por toda a parte eléctrica, onde criou máquinas com apoio do laboratório.
Ainda hoje, José Castro recorda aquela casa que tinha grandes equipamentos na área de metalomecânica, fundição e outras máquinas, “e é uma pena, para Braga, que tenha fechado”.

Foi também monitor de formação profissional, mas antes foi sindicalista dos electricistas e depois de criar a empresa, foi convidado por Vasco Cerqueira para a AIMInho, integrando uma equipa que lança o sonho da construção das novas instalações associativas e chega a concorrer à presidência da Direcção da instituição.

Foi o primeiro administrador da Escola Profisisonal de Braga: “é uma das minhas paixões, sou adepto da formação e sou um praticante dela na minha empresa”. Depois mete-se no Bairro da Misericórdia e de “um monte fiz um complexo desportivo, onde estive dez anos, com uma política de fomento da actividade para os adolescentes e jovens, apostando na compnente escolar e futebolística. Para mim o livro era tão importante ou mais que a bola”.

Dirigente da Associação Comercial de Braga, José Castro fez uma incursão pela militância partidária do CDS, na fase da sua instalação — vivendo a experiência do Palácio Cristal no Porto (cerco do CDS em congresso) e “vi que a minha vida não era aquilo”.

“Não me deito sem ler todos os dias qualquer coisa ligada à minha profissão” — diz ao definir-se como aluno diário.
Mais recentemente ligou-se à acção social através da presidência da Dirrecção da Associação de Solidariedade de Santa Maria de Braga (na Sé) que apoia duzia e meia idosos com um centro de dia. “Tenho prazer em servir os outros”.

Há muitos anos também — convidado pelo Mons. Eduardo Melo — pertence à Comissão das Solenidades da Semana Santa onde exerce as tarefa difíceis de angariar donativos para custear as despesas deste cartaz turístico de Braga… sem esquecer os anjinhos. “É um bocado difícil, mas agora as coisas têm vindo a animar” — diz em relação aos anjinhos.

As empresas – além dos impostos que pagam — criam emprego que gera receitas para a Segurança Social, criam riqueza para o país e para as instituições e têm de ser defendida por todos, a começar pelo Estado e pelos empresários” — conclui.

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