Monday, March 24, 2008

D. António Ribeiro, 10 anos depois



Há precisamente dez anos, a morte desta minhoto “veio roubar à Igreja em Portugal uma das suas figuras mais carismáticas nestas três últimas décadas do século XX” .
Após prolongado sofrimento, no dia 24 de Março de 1998, faleceu, em Lisboa, D. António Ribeiro, este homem nascido em S. Clemente de Basto, na diocese de Braga.

Depois de frequentar os seminários de Braga foi ordenado em Julho de 1953. O arcebispo de Braga, D. António Bento Martins Júnior, manda-o estudar para Roma onde se doutorou sob inspiração de S. Tomás de Aquino.

Depois de uma séria formação humanística, filosófica e teológica, cedo foi lançado para a ribalta da Comunicação Social. De 1959 a 1964 apresenta, aos sábados, na RTP, o programa «Encruzilhadas da Vida», em que debate temas de actualidade, sugeridos pelos próprios telespectadores.

Nos três anos seguintes é o rosto do programa televisivo, «Dia do Senhor» onde demonstra todas as qualidades de comunicador, aliadas a apurado sentido crítico e rara capacidade de leitura cristã dos acontecimentos.

Quantos rituais são celebrados pelos cristãos sem saberem porquê. Se soubessem um pouco mais, saboreavam-nos melhor.

Para além de trabalhar na área da Comunicação Social, o futuro patriarca foi assistente nacional da Liga Universitária Católica e das associações de médicos, farmacêuticos, juristas, engenheiros e professores.

Aos 39 anos, a Igreja escolhe-o para suceder, na diocese moçambicana da Beira, ao carismático D. Sebastião Soares de Resende. Era uma tarefa difícil, mas Deus voltou a escrever direito por linhas tortas.

O regime fascista impediu que o novo bispo fosse para Moçambique, sendo nomeado auxiliar de Braga, em Setembro de 1967.

Oriundo da montanha, via o mundo a partir de cima e usava uma técnica jornalística requintada: o que podia dizer numa frase não gastava um discurso, e se fosse suficiente o gesto, não usava palavras.

Era um homem solene como uma catedral e simples como uma capela de aldeia.

«EX FIDE IN FIDEM» — Da fé na Fé — era a sua divisa de uma flagrante actualidade e necessidade: exprime a vontade de ajudar o Povo de Deus a crescer na fé, em ordem a um cristianismo cada vez mais consciente e adulto.

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