Saturday, March 29, 2008

Braga é assim tão forreta?

Leio uma vez no site da Internet e não acredito. Deve ser erro e procuro ler a notícia no jornal e é igual.
Não posso acreditar que seja verdade o que aconteceu em Braga, com os seus mais de 170 mil habitants, durante quarto dias de Fevereiro.

A Cáritas de Braga recolheu 770 euros no peditório de rua realizado nos dias 21 a 24 de Fevereiro passado, no âmbito da Semana Nacional da Cáritas.

Este ano, o lema era: “Acolhe a diversidade – abre portas à igualdade” mas os bracarenses fecharam as portas e as bolsas ao desenvolvimento da acção social levada a cabo por esta estrutura ligada à Igreja.

A Cáritas presta diariamente tendimento social; dispõe de um refeitório social; balneários sociais para cuidados de higiene; roupeiros; coordena voluntários; possui um banco de equipamento médico-hospitalar; acompanha vítimas de violência doméstica; forma agentes sócio-caritativos e de grupos desfavorecidos.

A realização deste peditório público, apenas mostra que a Cáritas não pode contar com a colaboração e generosidade das pessoas, que, através da partilha dos seus bens, constituem o sustento de toda a acção sócio-caritativa da instituição.

Muito menos, os 770 euros recolhidos, numa cidade com mais de uma centena de milhar de habitantes, constituem o incentivo para aqueles que voluntariamente tornam possível a ajuda das pessoas mais desfavorecidas da nossa sociedade.

Os bracarenses não podem dizer que ignoram que a Cáritas assegura roupas, cobertores, calçado… a centenas de carenciados oriundos dos principais “bairros” e zonas pobres de Braga

A maioria dos bracarenses não pode dizer que desconhece o fornecimento de uma refeição por dia gratuitamente, a cerca de 45 pessoas, totalizando quase sete mil refeições no ano passado.

A esmagadora maioria dos bracarenses não pode ignorar a dedicação de dezenas de voluntários e generosidade de imensas escolas, juntas de freguesia, empresas e parceiros sociais.

Sem as empresas e outros parceiros sociais era impossível manter o serviço diário de tantos voluntários e os 770 euros e oitenta centavos recolhidos em quatro dias apenas semeiam desânimo junto de quem teima em dar de si, do seu tempo em favor dos outros.

Recuso-me a acreditar que Braga seja uma cidade tão ingrata e tão forreta ou sumítica.

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